terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Things Gone and Things Still Here


Existem os mestres óbvios do conto que nos saltam à memória assim que pensamos nessa forma de expressão literária e geralmente é possível encontrar consenso à volta de autores como Raymond Carver ou Tchekov mas continuamos a negligenciar um dos grandes mestres do conto do século XX: Paul Bowles. Não sei se terá sido pela sua formação musical, foi um músico de grande talento, que encontramos na linguagem deste autor americano uma precisão que não encontra paralelo em mais nenhum escritor seu contemporâneo. Por essa razão, ou qualquer outra, o certo é que cada conto seu é um pequeno tesouro literário. Fazendo uso de uma linguagem acessível a todos a sua escrita vai direita ao mecanismo exacto da palavra, sem nunca a deixar perder a magia do poder evocativo que associamos aos milenares contadores de estórias. Estou a reler as suas Collected Stories que abrangem um período entre 1939 e 1976 e, a cada página que leio, aumenta em mim a certeza de que estamos perante uma literatura que nunca há-de ter que temer a passagem do tempo, porque possui uma qualidade inerente às obras que são bem mais do que pó que as escreveu.

Sem comentários: