sábado, 25 de abril de 2009

Handel With Care


Aqui ainda não tinha anunciado os 250 anos da morte de um compositor que me acompanha há muitos anos e que cada vez mais se torna indispensável na banda sonora da minha vida e, imagino que também, da minha morte: Mr Handel, figura maior da galáxia das estrelas musicais e que só encontra paralelo em vultos com a dimensão de um Bach ou Mozart ou Wagner.
Neste infeliz País, que hoje celebra um dos mais felizes dias da sua existência, o 25 de Abril, escolheu-se celebrar a obra do mestre colocando em cena, no São Carlos, a ópera "Agrippina" a qual elejo como uma das minha favoritas. Até aqui tudo muito bem mas no entanto, ao que parece, essa demonstração de afecto deu em desastre total, com amputação desta obra musical, desvirtuando-a por isso, e também pela escolha medíocre de cantores e criativos, cénicos e de direcção musical. Se assim é, dou graças aos deuses por não ter ido porque razões para estar descontente com o caminho que leva a divulgação da cultura em Portugal, já tenho que chegue e sobre; aliás já temos todos, pelo menos os que ainda andam de olhos abertos.
Resta-nos, para celebrar a obra musical do Mestre, adquirir gravações que lhe fazem justiça e que celebram a música barroca sem despudor e orgulho e imaginação e inteligência e sensibilidade e competência e profissionalismo. Disso são exemplo as duas últimas gravações em cd que adquiri recentemente: "Ezio" pelo Il Complesso Barroco dirigido pelo Alan Curtis e "Faramondo" pelo I Barocchisti sob a batuta de Diego Fasolis.
Obrigado Sr Handel, que afinal para além de inglês também és com certeza muito português, pelo menos de cada vez que te ouço sinto que não pertences a nenhuma nação em particular, embora algumas te tratem melhor do que outras a tua música encontra-se muito para além dos exercícios de mediocridade que com ela possam querer fazer.

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