terça-feira, 20 de novembro de 2007

Past Ghosts


Ingmar Bergman (1918-2007) foi um nazi passivo. O seu irmão fundador do partido nazi Sueco, e o pai um austero luterano que chegou a votar no partido fundado pelo filho. Bergman esteve nos anos 30 na Alemanha a viver no seio de uma família simpatizante nazi no âmbito de um programa de troca de estudantes e teve acesso a ouvir um discurso de Hitler em Weimar. O fascínio pelo nazismo manteve-se durante os anos trinta e como tal esteve presente até ao início da idade adulta. Esta informação que não é nova, pois ele já a havia assumido na autobiografia “A Lanterna Mágica”, e só nos poderá ser útil na medida em que tráz uma nova dimensão ao universo cinematográfico de Bergman. Poderá também servir para demonstrar que “diz-me que títulos dás aos teus filmes e dir-te-ei que guardas uma grande culpa”:

Confissões Privadas
O Ovo Da Serpente (Sobre a Alemanha nazi)
A Mentira
Vergonha
O Silêncio
Através De Um Negro Espelho
O Olho Do Diabo
Luz Nocturna

Culpa herança familiar mas que não será só de origem religiosa e isso faz toda a diferença. Uma coisa é sentir que se é culpado por um pecado imaterial, imputável a toda a humanidade, outra é a de estar sozinho com a nossa consciência numa espécie de salto mortal sem rede, porque nem sempre estamos à altura de tomar as posições certas na altura devida. E com este drama todos nós nos podemos identificar.

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