Comecei agora a ler o último do Philip Roth, Exit Ghost, ao que parece a última aventura de Zuckerman o tal que alguns dizem ser o alter-ego do escritor e também ele um escritor. Eu no caso de Roth sempre tive dificuldade em lhe apontar um alter-ego porque me parece que todos os livros o reflectem descarada e assumidamente. Esse facto em nada desvirtua a sua escrita e pouco ou nada ficamos a saber sobre a verdadeira identidade do escritor real. Para além da escrita, que nos dias que correm tem poucos rivais à altura, o facto de depois de tantos livros lidos ficarmos ainda às aranhas sobre quem os escreveu mesmo depois de, aparentemente, ele se ter despido até ao tutano e página a página durante centenas de páginas, é sem dúvida, se muito mais não fosse, uma grande lição sobre uma aproximação possível à misteriosa condição da natureza humana. (Isto no fim está-me a soar a lugar comum...bom que seja, é comum e está no lugar e por isso também pode ser meu).
A atmosfera deste livro é pós – apocalíptica, Nova York depois do 11 de Setembro, e tem início numa espécie de ground zero da personagem principal. Até agora tem sido um Roth sem surpresas, mas também não é isso que procuro nos seus livros; no entanto já contraí uma dívida para com o “Fantasma de Saída” o facto de me ter posto a ouvir, mais uma vez, "Four Last Songs" pelo Richard Strauss, mais precisamente a última das quatro (Im Abendrort); tenho sido assombrado por essa canção, em looping, a inundar a minha casa, claro através voz da magnífica Beta Schwarzie, que os deuses me perdoem a intimidade.
Vou acabá-lo, mas devagar, talvez volte a falar dele. Ou talvez o deixe fechar a porta em silêncio.
sábado, 10 de novembro de 2007
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