quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Lisbon as Manchester in the 80's


A chuva regressou a este estranho Inverno lisboeta e eu sinto-me em Manchester nos anos oitenta e com aquilo que devia ser um walkman, mas que hoje em dia é um iPod, ouço a banda sonora perfeita para acompanhar esta intempérie. E passo pelos Cemetry Gates na companhia de Wilde, Keats e Yeats, sendo depois forçado a escolher entre eles; partilho uma fogueira com a Joan Of Arc porque a Big Mouth Strikes Again a minha ou a dela, tanto faz. Meto-me no carro com o meu futuro amor, que nunca o será, e o desejo secreto de ambos morrermos por debaixo de um Double decker, não sem antes hesitar sobre se lhe darei a mão ao passarmos por um zona mais escura da cidade, e ao fundo There is a Light That Never Goes Out apesar de Never Had No One Ever e I Know It’s Over, porque sinto a terra cair sobre o meu corpo, enterrando algo que nem sequer teve tempo de começar. “It’s so easy to laugh, it’s so easy to hate, it takes strength to be gentle and kind”.
The Queen is Dead a questão é que Queen será essa?….talvez um Boy With a Thorn In His Side até porque Some Girls Are Bigger Than Others. Na cerimónia fúnebre um Vicar In A Tutu será o perfeito orador para subir ao púlpito fazendo um sermão que comece por Frankly Mr. Shankly e que nos fale, recorrendo à má poesia, sobre o que terá sido viver na Inglaterra sob o apertado punho da Dama de Ferro, com certeza cenário não muito diferente do que é viver hoje em Portugal sob as apertadas e monocórdicas palavras que nascem das cinzentas cordas vocais de um robótico primeiro-ministro com nome de filosofo suicida..."Sweetness, sweetness I was only joking when I said I'd like to smash every tooth in your head"

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